quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A Cidade

Os ventos que sopram na velha e linda cidade do recôncavo
Trazem o cheiro intenso da fumaça e das buzinas que escondem a beleza da terra santa
Salva Senhor! Salva-nos da dor de ficar semelhante a terra sem garoa.
Não quero narrar uma triste Bahia como Gregório de Matos, mas em minha Soterópolis
Quero enxergar suas poucas matas preservadas em meio aos novos arranha-céus!
Mãe, mestra e serva natureza, cultiva na cabeça humana sementes de sabedoria
Repara em mim legados de ignorância e de maltrato perante o solo em que vivo
Converte as almas capitalizadas pelo concreto do lucro desmedido e da ânsia de posse
Fazei com que enxerguemos uma geração futura em meio ao nosso presente obscuro
Guia as águas das chuvas que correm nos vales em busca dos rios que não existem mais
Chuvas que levam consigo os sonhos dos barracos encostados e, sobre os morros de massapé
E lá! E lá em baixo as águas se esgotam nos, agora, esgotos cobertos pelo asfalto
Vem progresso! Vem! Mas nos deixe vivos e sadios para que possamos aproveitar sua beleza
E nos canteiros, praças e prédios de futuresca estrutura esculpida, em tempo saberemos:
Que estará à espera e sempre viva, a sábia, bela e prospera mãe natureza.





Denílson Lima Cruz, Livre Pensador

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