quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A Revolução? Eleições 2008, o dia “D”, de descaso!

A política para muitos é algo intolerável e intrigante, e onde se localiza o poço das corrupções. Lugar onde indivíduos se inserem para acelerar o seu crescimento material e seu poder.
Não devo discordar totalmente de tais idéias, porém acredito que em todo meio se encontre diversos tipos de personalidades, variadas condutas e variados objetivos. Reconheço que em um país “democrático” quem faz a política e os políticos são seus cidadãos. Somos nós, os cidadãos, quem decidimos sobre que tipo de conduta terá um político. Pois os políticos nada mais são do que a representatividade da moralidade de uma sociedade. Ou seja, cada povo tem o governo, ou governante que merece.
Nas eleições municipais para câmera de vereadores da cidade de Salvador, capital do Estado da Bahia, após a apuração dos resultados da votação, onde apenas 30% dos eleitores votaram em vereadores, houve um verdadeiro pânico na cidade, pois um candidato transformista e cantor de pagode baiano foi um dos vereadores mais votados da cidade.
Com sua marca registrada na popularidade de suas manifestações festivas e desordenada, mas, que contribuem muito para uma juventude periférica e alienada, o candidato, que não apresenta de forma convicta nenhum conhecimento político-social, estará durante quatro anos na câmara de vereadores da cidade de Salvador, fazendo sabe lá o quê.
Testemunho que vi uma jovem senhora em pranto, afirmando que por causa de acontecimentos como este é que ela não acredita em política, mas reconhecia a culpa da sociedade.
Deixemos claro que o que está sendo colocado aqui não se refere a preferência sexual do indivíduo, mas sim a conduta de um cidadão que não apresenta nenhum perfil sociavelmente aceitável para que possa ajudar a solucionar os problemas da confusa e corrupta cidade de Salvador. Contudo, ele representa o descaso e o comprometimento de alguns cidadãos para com sua própria vida.
Já ouvi algumas pessoas que votaram neste candidato, afirmar que votaram apenas por brincadeira e não esperavam que ele chegasse a ser eleito. Nossa que brincadeira!
Conheço pessoas que desenvolvem trabalhos sociais importantes nas comunidades e se candidataram, porém não tiveram nem sequer 10% dos votos do candidato dançarino e “musico”. Mas entendo tudo isso, essa é Salvador, a capital das festas, do axé, da desordem e da cultura alienante. Capital da intelectualidade morta e mórbida, que mais parece um museu, vive das memórias de ANTIGOS filhos ilustres.
Contudo, consigo enxergar o lado positivo de tal acontecimento, pois há muito não ouvia pessoas discutindo política no tocante de uma reforma social. Surgiu uma verdadeira revolução na cidade pela extinção da ignorância cívica e uma maior responsabilidade na vida ativa sócio-política.
A verdade é que o candidato, que até pouco tempo era um membro um programa popular de desgraças sociais e divertia uma massa ignorante com seus jargões, agora estará na câmara, contrariando os interesses da maioria de uma sociedade ausente de suas obrigações cívicas e atendendo aos interesses de sabe lá quem.
Essa é a Bahia, essa é a cidade de São Salvador, a terra do axé e também a cidade do horror.
Quero agradecer ao mais de 12.000 (doze mil) eleitores que ajudaram a colocar este cidadão no poder, e dizer-lhes que... Bom! Melhor não dizer nada, creio que não compreenderiam. Mas! Mesmo assim vou dizer: Obrigado! Obrigado por ajudarem a despertar um sentimento que estava adormecido na consciência de muitos baianos, pessoas que esqueceram da importância de participar do processo político, pois este é o reflexo de sua sociedade. E a fato acontecido foi o estopim para o que chamaremos de Revolução. Só espero que não dê em “Axé music ou Pagode”.